sábado, 9 de fevereiro de 2008

Fodasse !


Já tás mais para lá do que para cá, neste momento em que te escrevo,e estas sao palavras que nunca ouvirás, não quer dizer que não as mereças, pelo contrario, mas sou demasiado covarde para expressar dessa forma tudo aquilo que te devo, e é tanto. Sinto um nó na garganta sempre que te vejo, perdoa-me se agora nao estou tão presente, mas esfaqueias-me bem no coraçao cada vez que te enganas no meu nome e tu sabes como isso se tornou frequente. Tu ainda tás fina, como fazes questão de nos lembrar, tás é tao fraquinha, parece que perdeste toda a vontade de viver, aquela força e aquela alegria de nos encantar! Por vezes até evito te dar um beijo,com o medo que sintas na tua face o frio das minhas lágrimas a cair, é que não me consigo conter, sabes há quanto tempo nao te vejo sorrir? Faz hoje 300 anos, já nem sequer me lembro bem. Sabes aquela foto que o Pedro e a Paulinha te ofereceram no natal em que nem sequer te reconheceste? Aquela és tu. Aquele sorriso estupido que metia tudo e todos a rir, aquela felicidade, a vontade de viver, aquela força. Aquela é que és tu! Desculpa se amanha nao te voltar a ir ver, mas custa-me tanto ver-te sofrer daquele jeito, no fundo, ver-te morrer. No outro dia enquanto jantava, contemplava-te, admirava-te, olhava para ti no sofá enquanto dormias, tao sossegadinha, nem te mexias, nem sussurravas. Levantei-me da mesa discretamente, sentei-me do teu lado e toquei-te, aliás, apertei-te para que me sentisses. O meu medo era se seria daquela vez que nunca mais acordarias. Acordas-te e olhaste para mim. Eu sorri para tu ficares contente. Um sorriso forçado. Eu sei que o sabes. Como tambem sabes que eu sei que quando me disseste em voz baixa para que ninguém ouvisse"Paulinho quero ir ao hospital mas só depois do natal, tá bem?", quererias dizer "Paulinho leva-me daqui que eu já nao aguento mais". Afinal estavas mesmo fina. Sempre foste assim, sempre colocaste o bem-estar dos outros á frente da tua própria saúde. Mas tens tanto frio, nao é avózinha?
Neste momento em que te escrevo já tiraste o bilhete de ida sem volta e, como sabes, esse é o momento em que aguardo pelo reencontro com uma santa velhinha já morta.
Até Sempre Bórinhas

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Crer Para Viver


'Por amor de Deus', suplicas tu em momentos de aflição mas nem sequer te lembras d'Ele quando vives dias de empolgação. Nunca fui nenhum exemplo de fé e nem sequer me lembro quando foi a minha ultima oração. A vida ensinou-me a viver de pé, e de joelhos sinto-me em submissão.

Nunca compreendi qual a Sua missão. Ensinar a amar e divulgar os Seus ideais?
Mas então para que servem os meus pais?

Vejo desportistas se benzer antes do jogo começar, a maior parte nem deve saber o que aquela gesto está a significar. O simular da Cruz fica sempre bem no brilho dos holofotes, principalmente quando a luz é das mais fortes. O pior é que eu sou um deles, que age sem acreditar.

'Ver para crer' é como o outro diz, nao sou assim tao descrente, porque aquilo que sofri foi pela merda que fiz e Ele só na minha mente poderia estar presente.

Conheci um dia alguém tão especial, com um sorriso que eu nao conseguia perceber, seria fé talvez. Esse alguém estava doente e tinha para viver pouco mais de um mês. Perguntei-lhe como é possivel sorrir e ao mesmo tempo sofrer. Disse-me então que o segredo está na crença, Ele que está no Céu é a chave da esperança. Porquê chorar se sei que brevemente o vou abraçar? Só ele tem a cura para a minha doença.

No dia da sua morte deixou-me um bilhete que dizia assim "Amigo nao chores a minha partida, eu não morri, eu renasci..." Foi a primeira vez que me lembro de chorar e sorrir ao mesmo tempo.

Finalmente deram cor á minha vida.

Sei que Tu nunca irás ler este meu sermão, insignificante em relação aos teus evangelhos, mas só quero que saibas que o escrevi todo curvado e de joelhos.

Hoje sei que a tua presença reside no coração.


Afinal o outro estava mesmo errado, a frase devia de ser 'Crer para viver'...

sábado, 27 de outubro de 2007

Verdade e Consequência


Tenho medo, nao te quero perder, é a ti que socorro quando me sinto tremer.
Tenho medo mas nao consigo evitar, vou-te perder eu sei, que a ti eu vou perder...

Será que sentes a minha falta quando eu desapareço?
Será que sentes a minha falta quando o que ouves é apenas o meu silencio?

Sinto a tua falta e é caro o que pago, é tao caro esse preço.
Sinto a falta da tua voz, desse som que completa o que penso.

Sempre que me tocas, nao me tocas apenas outra vez.
E quando me agarras, morro de medo que seja a ultima vez

Terás medo de perder aquele que mais te fez sofrer?
Terás medo de perder o único que te fez Viver?

Tenho medo, nao te quero perder, é a ti que socorro quando me sinto tremer.
Tenho medo mas nao consigo evitar, vou-te perder eu sei, que a ti eu vou perder...

Será que te vais arrepender?
Terás tu coragem de voltar a viver?

Tu conheces-me melhor que ninguém, sabes o que estou a sentir
Nao quero admitir o quanto estou arrependido
Vou olhar pa trás e sentir estou perdido...

Tenho medo, nao te quero perder, é a ti que socorro quando me sinto tremer.
Tenho medo mas nao consigo evitar, vou-te perder eu sei, que a ti eu vou perder...
Tenho medo, nao te quero perder, é a ti que socorro quando me sinto tremer.
Tenho medo mas nao consigo evitar, vou-te perder eu sei, que a ti eu vou perder...


Logo que te sentires arrependida e pedires para eu voltar...
A minha única duvida será qual a cor da rosa que te vou dar.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Vida em Circulo


Imagina um Circulo, fechado.


Esse Circulo é a tua vida, metaforicamente representada, e nele apenas vês uma pessoa. Essa será entao a pessoa da tua vida. Ou melhor, Ela é a mulher da tua vida.

Mas por alguma razao, estão os dois em pontos completamente opostos, não porque tu e ela assim o quiseram mas porque a vida assim o quis.

O caminho que os une é longinquo e curvilineo, mas possivel e atingivel, assim o é e por vezes os junta. Um ponto mais um ponto é igual a um só ponto, maior e mais completo.

Esse é o Caminho da Felicidade.

Mas o mesmo caminho os separa, sao novamente pontos opostos. Afinal o mesmo caminho pode ter dois nomes.

Este é o Caminho da Solidão.

Tu até podes tentar esquecer, podes tentar te afastar mas nao o vais conseguir, num Circulo quanto mais te afastas mais te irás aproximar.

O Caminho da Felicidade parece ser a soluçao, e pensas entao, caminharem os dois na mesma direcçao para evitarem a Solidão, mas imagina a ironia, num circulo apenas e só os sentidos contrarios permitem a desejada colisão da sua companhia.


Afinal o mesmo caminho até pode ter dois nomes, mas apenas terá um destino.


Contudo a vida somos nós que a vivemos e o Circulo fomos nós que o fizemos...

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Destino


Acreditas que tudo o que fazes na vida está pré-definido? Desde o mais pequeno pormenor á mais importante das decisoes... Então imagina que a tua vida é um jogo e que uma decisão depende do lançamento de 3 dados, mas como irás lançá-los? Um de cada vez ou os três de uma vez? Com mais ou menos força? Claro que se tudo tivesse pré-definido a forma de lançamento seria irrelevante, o resultado seria sempre o mesmo, pois já estaria anteriormente estabelecido. E a indiferenca leva á displicência.

Chamamos nós a esta crença de 'Destino', mas para mim o 'Destino' nao passa de um mecanismo de defesa pessoal e aqueles que nele acreditam e de certa forma o usam, sao aqueles que nao querem passar de personagens secundárias ou até mesmo apenas figurantes da sua própria vida.

O 'Destino' implica a submissão a algo que supostamente já foi programado, mas eu nao sou um ser mecânico nem tenho inteligência artificial e o meu único destino será a minha morte. E nem a minha própria morte está pré-definida, posso acabar com a minha vida neste preciso momento ou morrer de doença ou de velhice daqui a 50 ou 60 anos.

O meu destino sou eu que o faço.

E assumo aqui a minha descrença, sei que nao estou sozinho nesta corrida, até a Lei é minha aliada, ou entao seria o 'Destino' o melhor argumento e o mais soliciado pelos advogados de defesa. Até na ciência, gostava de ver alguém dizer a Pitágoras que afinal a "soma dos quadrados dos catetos igual ao quadrado da hipotenusa" se denomina Teorema do Destino. Ou entao alguém dizer a uma mãe que a dor de perder um filho foi obra do 'Destino'.

Viver ao sabor do 'Destino' é assumires a identidade da tua própria sombra.

O avião está destinado a voar assim como a roda foi feita para rodar. Tu não, tu adquires, associas, experimentas, argumentas e ages...


Há quem diga que todos nós nascemos para morrer, mas eu nasci para viver.

Déja Vu


Ele é apenas um rapaz igual a tantos outros com os seus ideais, gosta de futebol e de ver telejornais. Tem a vida que deseja mas falta-lhe algo mais, falta Ela, o complemento que mais lhe satisfaz. Afinal Ele é alguém diferente,anseia que Ela consiga ler a sua mente e apesar de tudo Ele nao admite que por Ela está carente. Quem olha para Ele vê alguém com uma força superior, só Ele sabe que a sua aparência nao reflecte o seu interior, Ela parece fogo mas facilmente perde a chama, e a presença d'Ele logo reclama, uma vez mais o exterior engana, Ela é feita de porcelana.
Ele, ainda hoje pensa n'Ela. Se algum dia escreveu poesia, a sua inspiraçao foi Ela.
Ela, ainda pensa n'Ele. Se Ela nunca mais se apaixonou talvez o culpado seja Ele.
Aquele amor até podia resultar mas Ela tem medo de novamente se magoar. O problema nao é só d'Ela, eu acho que Ele ainda nao aprendeu a amar...
Nao existe futuro para eles, apesar da esperança, Ele vencerá sozinho. Ela encontrará o seu caminho, depois da tempestade Ela é a bonança.

Ele sou eu, Ela o destino.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Eu, Tu.


Quero ser a brisa suave nos dias quentes de Verão
E no Inverno a lareira que te aquece com dedicação

Contigo quero marcar o golo mais belo da minha carreira
E num estádio cheio anunciar que és tu a minha parceira

Acompanhar-te por essa vida fora
Por favor não vás embora
Cada segundo sem ti equivale a uma hora

Não quero que sejas apenas a cama onde me deito
Mas sim o ninho mais forte algum dia feito

Quando eu cair por alguma razão
Não quero que estejas lá para me levantar
Quero que sejas o meu próprio chão
Para que não me possa magoar

Porquê seres o Sol que me aquece se podes ser a própria pele que me reveste?
Não vês que o Sol está no Céu tão distante?
È que eu sem ti não consigo voar nem por um instante.

Hoje considero-me um Sem-Abrigo
Porque não estar contigo é o mesmo que não estar comigo...